Cometer erros de português é humano, principalmente pelo fato da matéria ter tantas exceções e pormenores, mas existem alguns erros que são simplesmente inaceitáveis para quem tem um mínimo conhecimento da língua portuguesa e que podem resultar em uma perda gigantesca de pontos na sua prova de redação ou até na perda de uma oportunidade de trabalho ou promoção. E é exatamente sobre esses erros que vamos falar hoje.
Veja os Erros de Português que você não deve cometer!
Então, preste muita atenção para nunca mais cometer esses erros!
1. João “entrou para dentro“ de casa.
Sim, “entrar para dentro” é um erro de português chamado de pleonasmo, ou seja, um erro de redundância onde você repete um informação óbvia.
No caso da frase acima, é óbvio que João entrou “para dentro” de casa, porque ninguém entra para fora.
O mesmo acontece com:
- “subir para cima”
- “descer para baixo”
- “sair para fora”
- “cego dos olhos”
- “encarar de frente”
- “elo de ligação”
- “hemorragia de sangue”
- entre outros.
Ou seja, em vez de “João entrou para dentro de casa”, o certo seria “João entrou em casa”.
Para saber mais sobre o pleonasmo é só dar uma olhada no post PLEONASMO.
2. Ele escreveu uma carta para “mim” ler.
Esse erro, infelizmente, é muito comum, tão comum que tem gente, de tanto ouvir, acha que está certo, porém ele demonstra uma enorme falta de conhecimento sobre a colocação pronominal e sintaxe da oração.
Acontece que o pronome oblíquo “mim” não pode ser sujeito de uma oração.
Isso vale até mesmo quando for uma oração subordinada e acontece porque ele (o pronome oblíquo “mim”) não pode conjugar verbos.
Ou seja, nesse caso o certo seria:
- “Ele escreveu a carta para eu ler”.
Agora, se o verbo LER fosse tirado da frase, aí sim, o uso no MIM estaria correto:
- “Ele escreveu uma carta para mim”.
3. Ficamos fora de “si”.
Esse é um erro de concordância entre o pronome oblíquo (nesse caso o “si”) e a pessoa do verbo.
Não importa onde, o pronome sempre tem que concordar com a flexão verbal, nesse caso, a primeira pessoa do plural: “nós”.
Então, se o verbo concorda com “nós”, o pronome também tem que concordar.
Ou seja, nesse caso, o correto seria o uso do “nós”:
- Ficamos fora de nós.
O mesmo vale para qualquer outra flexão verbal:
- Ficaste (tu) fora de ti.
- Ficou (você) fora de si.
- Fiquei (eu) fora de mim.
4. Ele é rico “por causa que” ganhou na loteria.
Clássico erro de invenção de locuções. Exatamente, a locução “por causa que” não existe. E nem a locução “por causa de que”.
Nesse caso utiliza-se as conjunções explicativas “porque” ou “pois”.
- Ele é rico porque ganhou na loteria.
- Ele é rico, pois ganhou na loteria.
5. Sobre/Sob
Esse é um erro de português muito grave, pois as palavras “sobre” e “sob” expressam ideias totalmente opostas.
“Sobre” significa em cima de ou a respeito de alguma coisa.
Ex.: O livro está sobre a mesa. / O livro está em cima da mesa.
Ex.: Vamos falar sobre a festa. / Vamos falar a respeito da festa.
“Sob” significa debaixo ou embaixo de algo.
Ex.: Escondi o cachorro sob a mesa. / Escondi o cachorro embaixo da mesa.
Ex.: Ele ficou sob tensão durante o jogo. (nesse caso fica esquisito dizer que ele ficou debaixo de pressão, por isso utiliza-se o “sob”)
6. Ele é bonito, “mais” é safado.
Erro muito comum na hora de escrever, mas que indica a necessidade de mais estudo. A palavra ”mais” é um advérbio de intensidade que significa adição.
Já o “mas” (sem o “i”) é uma conjunção adversativa que indica uma pequena oposição ao sentido da primeira frase, assim como “porém” e “entretanto”.
Na frase em questão, a intenção é dizer que ele é bonito, entretanto/porém é safado, ou seja, é algo que antagoniza com “ser bonito” na opinião do interlocutor, por isso o certo é utilizar o “mas”.
Se o sentido da frase fosse enumerar as características do sujeito, mesmo assim, nesse caso, utilizaria-se “e” e não “mais”.
Ex.: Ele é bonito, mas é safado. / Ele é bonito e safado.
Ex.: Ele não queria correr mais.
7. A gente “saímos” tarde.
Erro de concordância gravíssimo que deve ser evitado a todo custo!
“Gente” faz parte da 3ª pessoa do singular, assim como ele, ela ou você, portanto deve ser conjugado de acordo.
- A gente (ele – ela) saiu tarde.
Para o uso do “saímos” estar correto, o verbo deveria estar na 1ª pessoa do plural: NÓS
- Nós saímos tarde.
Outra coisa muito importante de ser lembrada é que “a gente”, com o significado de “nós”, sempre é separado.
“Agente” junto é aquela pessoa que trabalha para organizações.
- O James Bond é um agente secreto.
- Meu tio é um agente de polícia.
8. Já “é” 2 horas
Outro erro de português muito comum, que acontece até nas melhores famílias xD.
Quando o verbo “ser” (nesse caso o “é” e “são”) define hora, ele varia normalmente.
Ou seja, se o número de horas é maior do que 1, ele vai para o plural, mesmo que seja o número em vez da hora escrita por extenso:
- Já são duas horas.
- É uma hora da tarde.
- São 8 horas de trabalho duro.
Agora, no caso de “meia-noite” ou “meio-dia”, a concordância é no singular:
- São 12/doze horas de caminhada.
- É meia-noite o horário da virada do ano.
9. Ela tinha “menas” vontade do que nós.
Outro erro que, apesar de comum, demonstra desconhecimento da parte gramatical da língua portuguesa.
O advérbio “menos” é invariável.
Na verdade todos os advérbios são invariáveis em questão de gênero e número, ou seja, eles não variam entre feminino e masculino, nem singular e plural.
Ou seja, não existe essa história de “menas”. Independentemente do substantivo ser masculino ou feminino, “menos” nunca vai variar:
- Ela tinha menos vontade do que nós.
- Ela tinha menos dinheiro do que nós.
- Ela tinha menos cédulas do que nós.
A mesma coisa vale para o advérbio “muito”.
- Essas tortas são muito gostosas.
Agora, se o “muito” da frase for um pronome indefinido, aí sim ele pode variar em número e gênero:
- Tenho muita fé de que vamos conseguir.
- Que nossa união dure por muitos anos!